Marketing em psicologia

O mercado global de saúde mental atingiu aproximadamente 349 mil milhões de euros no ano de 2020 e estima-se que alcance 484 mil milhões de euros no final da década. Além de enfatizar a crescente relevância das problemáticas e soluções associadas à área, esta projeção constitui uma perspetiva otimista sobre o futuro da psicologia. No entanto, este crescimento não será englobado apenas pelos serviços comuns, como a intervenção em consultório orientada por um profissional qualificado. Novas soluções, possivelmente tecnológicas, têm vindo a ganhar a sua quota do mercado global a um ritmo exponencial, e, certamente, irão conquistar cada vez mais terreno.

Ao mesmo tempo que estes dados simbolizam esperança para o futuro da área, também devem ser encarados como um alerta para atualização, na procura de evitar a perda de competitividade. Já vimos noutro artigo que a psicologia é, em última análise, um negócio. Quando o consideramos, podemos entender que a prestação de um serviço de excelência vai muito além do talento e competências dos profissionais. Este depende fortemente de uma boa capacidade administrativa da clínica ou do próprio profissional, no caso de prática privada. Uma boa administração é compreensiva, enquadra os diversos elementos que permitem o funcionamento do negócio, e permite que exista sustentabilidade financeira - que por sua vez permite pagar ordenados e as inúmeras despesas associadas. Algo crucial para esta sustentabilidade é a capacidade da clínica atrair clientes, demonstrando o seu valor e diferenciação.

A divulgação dos serviços de psicologia, marcada por um passado de tabu e incerteza , é hoje uma prática comum. No âmbito desta transformação, temos muito a agradecer à disciplina do marketing digital. Neste artigo vamos rever conceitos do marketing e apresentar-lhe algumas estratégias que pode utilizar para atrair clientes para a sua clínica ou prática privada.

Qual a importância do marketing para sua prática?

Os altos níveis de estigma associados à saúde mental desencorajam as pessoas a procurar ajuda; a falta de informação fomenta o preconceito e muitas vezes leva aqueles que precisam de ajuda a procurá-la nos sítios errados. Ora, o marketing que faz dos seus serviços, permite combater qualquer um destes aspetos: pode diminuir o estigma associado e educar a sua audiência sobre os problemas e as soluções. É natural que muitos dos seus clientes cheguem até si organicamente e referenciados, por amigos ou familiares - e isso é um bom sinal! Significa que prestou um bom serviço, fez a diferença e foi referenciado, sem ter propriamente investido na divulgação. No entanto, deixar a sua agenda ao acaso, mesmo tendo uma boa afluência de clientes “orgânicos”, é descartar um mundo inteiro de novas possibilidades.

Estabeleça o seu funil

Um dos conceitos que o marketing nos traz, é a ideia de funil. Um funil de marketing é uma representação do processo pelo qual os clientes passam desde o momento em que têm o primeiro contato com um serviço até o momento em que se tornam clientes. Para uma clínica de psicologia, o funil ajuda a compreender o caminho que os clientes percorrem, desde o momento em que procuram informações sobre os seus problemas até ao momento em que decidem marcar uma consulta. As etapas do funil são, por esta ordem:

- Consciencialização > Interesse e avaliação > Decisão > Ação

Estabelecer um funil e fazer o marketing da sua prática não implica necessariamente gastar mais dinheiro. Pressupõe, por outro lado, que irá seguir estrategicamente um conceito que funciona, e definir, de acordo com cada etapa, as ações a implementar consoante o seu orçamento, tempo e competências. Acima de tudo, significa que decidiu tomar as rédeas do seu negócio, para ajudar e servir melhor mais pessoas. Pode saber mais sobre a ideia de funil aqui.

E na prática, o que pode fazer para divulgar o valor do seu trabalho/clínica?

Defina o seu público-alvo e diferenciação

Foque-se em servir um grupo característico de acordo com a sua formação/especialização e interesses. Na psicologia, como em outras áreas, a especialização é um fator positivo - dá-lhe autoridade e ajuda a focalizar os seus esforços. Procure responder a questões como “Quais os meus pontos fortes?” e “O que me torna diferente de outros profissionais?”.

Crie um website

Nos dias de hoje, desaconselha-se não ter um canal digital para se dar a conhecer, a si e ao seu trabalho. Um website permite esclarecer questões sobre si, sobre a sua experiência, área de especialização, ofertas de serviços e/ou produtos. Lembre-se do funil. Utilize esta página para consciencializar, despertar interesse, e crie mecanismos de ação para os seus clientes (e.g., um botão de “Marcar consulta”).

Invista num blog

Uma opção é inserir uma secção para blog no seu website, onde poderá escrever artigos, disponibilizar dicas e opiniões sobre diversos temas. O foco do seu blog deve estar alinhado com o seu público-alvo e especialização, mas não precisa de se limitar a isso. Utilize-o como uma ferramenta criativa e de conhecimento, mas não se esqueça do funil!

Considere expandir a sua presença online

Além de um website, que deverá servir como um ponto de contacto entre um cliente e os seus serviços, considere a possibilidade de expandir os seus canais digitais a outras plataformas. Importa sentir-se confortável com o que faz em termos de marketing, mas nunca deixe de se desafiar. Redes sociais, como o Instagram, são canais valiosos para o trabalho dos psicólogos. Permitem segmentar uma audiência específica (o seu público-alvo), criar conteúdos educativos, divulgar os seus serviços e interagir com os seus seguidores.

Estabeleça parcerias

Costuma dizer-se que “sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe”. Ora, se isto se aplica aos tempos de estudo na faculdade, também é bem verdade para a realidade profissional. Junte-se a colegas, estabeleça parcerias com associações, clubes, outros profissionais e clínicas, psiquiatras, etc. A lista de possibilidades é interminável e os resultados da colaboração e cooperação podem surpreendê-lo(a).

Lembre-se...

A divulgação do seu trabalho e serviços importa. Em última análise, o seu trabalho como profissional de saúde mental, numa vertente clínica e da saúde, não funciona sem clientes. Claro que se espera que cada vez menos pessoas sofram em termos de saúde mental, falta de bem-estar, e problemas sociais e relacionais. Se não existissem clientes para servir nesta área, devíamos ficar todos muito felizes (mesmo que desempregados). Mas a verdade é que essa ainda é uma realidade distante (considerado os ~2.3 milhões de portugueses com problemas de saúde mental) e, provavelmente, impossível de atingir. Lembre-se: o sucesso da sua prática depende do serviço (a intervenção) a clientes, e o serviço aos seus clientes depende da divulgação que faz do seu trabalho. Então, não deixe o marketing ao acaso e invista em si.

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